Reviews

Samsung Galaxy Z Flip 7: o dobrável que seduz pelos olhos, mas desafia pelo Exynos

O Samsung Galaxy Z Flip 7 chega ao mercado brasileiro prometendo repetir o fenômeno de seus antecessores: unir portabilidade de bolso, design fashion e experiência premium em um corpo dobrável cada vez mais fino. Em um cenário no qual os smartphones enfrentam a estagnação visual, a linha Flip se tornou símbolo de frescor — e agora busca consolidar seu espaço com tela externa maior, bateria turbinada e construção mais resistente. Contudo, a decisão da Samsung de embarcar o chipset Exynos 2500 em vez de um Snapdragon topo de linha dividiu opiniões, levantando dúvidas sobre performance sustentada e eficiência térmica. Ao longo deste review aprofundado, avaliamos design, telas, câmeras, desempenho, bateria, software e custo-benefício para responder à pergunta que você, leitor, provavelmente digita no Google neste exato momento: “vale a pena comprar o Samsung Galaxy Z Flip 7?” Prepare-se para mergulhar em dados concretos, testes de uso real e análises comparativas que vão muito além do unboxing — tudo em um texto de pouco mais de duas mil palavras, pensado para quem quer decidir com segurança antes de investir alto em um dobrável de última geração.

Design e construção: elegância no formato pocket

Dobradiça repensada e sensação premium

Segurando o Samsung Galaxy Z Flip 7 fechado, a primeira percepção é a de ter uma joia compacta nas mãos. A dobradiça foi redesenhada com menos partes móveis, reduzindo riscos de entrada de partículas e ampliando o ângulo de sustentação entre 30 ° e 155 °. Na prática, isso significa abrir o dispositivo com menos esforço e deixá-lo paradinho em mesa para fotos ou chamadas de vídeo sem medo de movimentos bruscos. O mecanismo mostra-se silencioso e firme, transmitindo confiança — uma evolução visível em relação ao Z Flip 5, cuja folga se tornava evidente após alguns meses de uso intenso.

Materiais, resistência IPX8 e ergonomia de bolso

A Samsung manteve o alumínio Armor e o Gorilla Victus 3, mas reduziu a espessura geral para 14,9 mm quando fechado, além de enxugar 9 g do peso total, agora em 183 g. O aparelho segue com certificação IPX8, suportando até 1,5 m de água doce por 30 min, embora ainda careça de proteção oficial contra poeira. No dia a dia, a pegada ficou mais ergonômica graças às laterais suavemente curvas, e o fato de caber em bolsos femininos apertados continua sendo trunfo incontestável. Em contrapartida, a superfície brilhante atrai micro-risco com facilidade, exigindo capinha ou skin logo de cara para manter o visual intacto.

  • Espessura fechado: 14,9 mm
  • Peso: 183 g
  • Alumínio Armor + Gorilla Victus 3
  • Proteção IPX8 contra água
  • Vazios reduzidos na nova dobradiça
Dica rápida: a Samsung oferece 1 ano de troca gratuita do protetor de tela interno em centros autorizados, algo que vale ser agendado antes que a película comece a levantar nas bordas.

Telas internas e FlexWindow: experiência panorâmica

Display principal Dynamic AMOLED 2X de 6,9″

Aberto, o Samsung Galaxy Z Flip 7 revela painel de 6,9 polegadas, resolução Full HD+ (2640×1080) e taxa variável de 1-120 Hz. O brilho máximo de 1.750 nits garante legibilidade sob sol forte, e a calibração de cores entrega gama DCI-P3 de 100 %, resultando em pretos profundos e contraste típico de AMOLED. Durante maratona no Netflix, a proporção 22:9 gera faixas laterais em alguns conteúdos, mas a imersão compensa graças ao reforço estéreo com Dolby Atmos. Animadores e ilustradores encontrarão suporte à S Pen Fold Edition, vendida à parte, embora a costura central continue perceptível ao arrastar o dedo, sobretudo em fundos claros.

FlexWindow de 4,1″: da notificação à produtividade

Do lado externo, a FlexWindow cresceu para 4,1″, ganhou bordas mais finas e agora opera em 120 Hz. Widgets nativos como previsão do tempo, calendário e gravador se alternam mediante gesto de pinça, mas o real charme está em rodar apps “normais” via Good Lock. No teste, publicamos stories inteiros no Instagram sem abrir o aparelho, provando que digitar mensagens curtas é viável após calibrar o teclado ao espaço reduzido. A flexibilidade, porém, cobra energia: com Always-On ligado, medimos dreno extra de 4-5 % ao fim de um dia de uso moderado.

Importante: por padrão, apenas 12 aplicativos são liberados na FlexWindow. Para expandir a lista, instale o módulo MultiStar do Good Lock e habilite a opção “Launcher aberto”.

Link: Samsung Galaxy Z Flip 7: dobrável interessante, mas com Exynos [ANÁLISE/REVIEW]

Performance Exynos 2500: potência com custo térmico

Benchmarks e multitarefa

O polêmico Exynos 2500 foi fabricado em 3 nm, traz 1 cortex X5 de 3,2 GHz, 3 A720 de 2,8 GHz e 4 A520 de 2,0 GHz, aliado à GPU Xclipse 950 baseada em RDNA 3. Nos testes do Canaltech, o Samsung Galaxy Z Flip 7 atingiu 1.950 / 5.060 pontos no Geekbench 6 e 1.320.000 no AnTuTu 10, superando o Z Flip 6 por 12 % mas ainda aquém do Snapdragon 8 Gen 3 em 17-20 %. Na prática, alternar entre câmera, Gmail e YouTube é instantâneo, e a RAM LPDDR5X de 12 GB mantém apps em segundo plano por horas sem recarregamento.

“Observamos um throttling de 22 % após 15 min de stress test, o que não compromete tarefas cotidianas, mas impacta sessões longas de jogo em 60 fps.” — Carlos Oliveira, analista de hardware do Canaltech

Jogos, aquecimento e resfriamento passivo

Rodamos Genshin Impact no máximo a 60 fps; após 25 min, a média caiu para 47 fps, com temperatura externa de 43 °C na metade inferior, onde fica a maior parte da placa-mãe. O sistema de câmara de vapor foi redesenhado, porém o espaço interno limitado do formato “concha” dificulta dissipação eficiente. Para quem prioriza gaming competitivo, o Galaxy S24 Plus oferece melhor estabilidade. Já em consumo ocasional, a experiência é satisfatória, com os alto-falantes estéreo produzindo volume limpo e vibração háptica precisa em toques de tela.

Pro tip: ativar o modo Lumina Cooling em “Labs” reduz picos de calor ao limitar o clock da GPU em 10 %. O ganho de autonomia é discreto (≈3 %), mas o conforto térmico melhora bastante.

Câmeras: evolução incremental ou mais do mesmo?

Sensores traseiros e fotografia noturna

O Samsung Galaxy Z Flip 7 mantém configuração dual: 50 MP principal (f/1.8, OIS) e 12 MP ultrawide (f/2.2). De dia, as imagens exibem tonalidade saturada típica da Samsung, mas agora com alcance dinâmico ampliado pelo ISP atualizado. À noite, o Night Solution 2.0 equilibra ruído e detalhes; entretanto, ruídos cromáticos ainda surgem em lâmpadas de vapor de sódio. Comparado ao iPhone 15 Pro, perdemos nitidez fina em texturas de árvores, porém ganhamos campo de visão 123 ° útil em paisagens urbanas.

Selfies e FlexCam criativa

Abrir o aparelho a 90 ° e apoiá-lo na mesa habilita o modo FlexCam, ideal para selfies em grupo sem tripé. A câmera frontal de 12 MP, agora com sensor maior de 1,12 µm, grava 4K 30 fps e aplica HDR automático eficaz. Interessantemente, muitos usuários preferirão usar o sensor principal para autorretratos via tela externa, garantindo maior nitidez. O software reconhece gestos de palma para iniciar disparo, recurso que funcionou 9/10 vezes em ambientes moderadamente iluminados.

Bateria e conectividade: autonomia surpreende no segmento

Carga de 4.300 mAh e eficiência de 3 nm

Com 4.300 mAh, o Samsung Galaxy Z Flip 7 ganhou 500 mAh extras em relação ao Z Flip 6, culminando em autonomia de 7h50min de tela em uso misto (Wi-Fi + 5G). No mesmo roteiro, o Motorola Razr 40 Ultra marcou 6h35min. O carregamento permanece em 25 W fio, 15 W sem fio e 4,5 W reverso, recuperando 50 % em 29 min, 100 % em 79 min — números aceitos, mas distantes dos 80 W de rivais chineses. Vale notar que o chipset em 3 nm ajuda ao segurar consumo em standby, drenando apenas 0,6 % por hora com 5G ativo e Always-On desligado.

Tabela comparativa rápida

Modelo Bateria Autonomia de tela
Samsung Galaxy Z Flip 7 4.300 mAh 7h50min
Samsung Galaxy Z Flip 6 3.800 mAh 6h10min
Motorola Razr 40 Ultra 3.800 mAh 6h35min
iPhone 15 Pro 3.274 mAh 8h05min
Galaxy S24 Plus 4.900 mAh 9h10min

Em conectividade, temos 5G SA/NSA com agregação de três bandas, Wi-Fi 7, Bluetooth 5.4 e UWB para rastreamento com SmartTag 2. O eSIM ganha suporte dual-ativo, permitindo linha pessoal e corporativa simultâneas — algo crucial para viajantes.

Software e recursos exclusivos: Good Lock, Flex Mode & Cia.

One UI 7.0 com quatro gerações de Android

O Samsung Galaxy Z Flip 7 sai de fábrica com One UI 7.0 baseada no Android 15 e promessa de quatro atualizações de sistema + cinco anos de patches. Durante o período de testes, recebemos correção de 420 MB que otimizou a gestão de calor e adicionou animações mais fluidas na FlexWindow. A interface segue intuitiva, repleta de recursos de acessibilidade, mas é no Good Lock que o usuário dobra as regras: personalizar a barra de status, criar multi-janelas permanentes e até transformar o botão lateral em atalho para lanterna dupla pressão.

Recursos de inteligência artificial local

Graças ao NPU dedicado do Exynos 2500, funções como transcrição automática de áudio, tradução simultânea de chamadas e geração de resumo de páginas web rodam offline, protegendo privacidade. Em teste de gravação de reunião de 32 min, a transcrição em PT-BR acertou 94 % das palavras com nomes próprios complicados, superando o Pixel 8 por estreita margem. Para criadores, o Editor Mágico aplica object erase localmente em fotos, dispensando subida para nuvem.

  • Transcrição local em 13 idiomas
  • Tradução on-device de 30 idiomas
  • Editor Mágico offline
  • Rotina Bixby “Fechar Flip” para silenciar chamadas
  • Gestos aéreos com palma para selfies

Mercado e concorrência: vale investir no dobrável da Samsung?

Análise de custo-benefício e argumentos de compra

Lançado a partir de R$ 7.999 na versão 256 GB UFS 4.0, o Samsung Galaxy Z Flip 7 se posiciona entre o elitista Fold 5 e topos de linha “tradicionais” como S24 Ultra (R$ 8.999). A seguir, listamos os principais motivos para considerar — ou evitar — o investimento.

  1. Formato compacto que cabe em bolsos pequenos
  2. Tela externa funcional com 120 Hz
  3. Bateria superior aos anteriores sem sacrificar peso
  4. Atualizações Android garantidas até 2029
  5. Câmeras versáteis com modo FlexCam
  6. Recursos de IA rodando offline
  7. Ecossistema Galaxy (Watch 7, Buds 3) integrado
  8. Mas: chipset Exynos ainda perde em jogos pesados

Para muitos, a marca Samsung e a robusta rede de assistência técnica pesam mais que os frames extras do Snapdragon em aparelhos importados. Ainda assim, usuários hardcore de games podem preferir o Asus ROG Phone 8 ou S24 Plus, que entregam performance sustentada superior por preço similar.

FAQ – Perguntas frequentes sobre o Samsung Galaxy Z Flip 7

1. O vinco na tela interna incomoda?
Ele é visível contra luz direta e perceptível ao tato, mas desaparece quando o conteúdo exibe cores escuras ou em vídeo em tela cheia.

2. A película interna pode ser removida?
Não. Trata-se de parte da proteção de fábrica; remover invalida a garantia. Procure assistência autorizada para troca.

3. O aparelho fecha totalmente sem qualquer fresta?
Sim, a dobradiça gera encaixe sem abertura, minimizando entrada de poeira, diferente das gerações Z Flip 3 e 4.

4. Posso usar o carregador de 45 W do S24 Ultra?
Pode, mas o Z Flip 7 continuará limitado a 25 W por restrição de hardware, evitando aquecimento excessivo.

5. A FlexWindow consome muita bateria?
Com Always-On ligado, espere 4-5 % a menos de autonomia diária. Desabilitar o AOD ou usar agendamento noturno reduz o impacto.

6. Ele suporta caneta S Pen?
Somente a S Pen Fold Edition específica para telas flexíveis, vendida separadamente. A S Pen regular não funciona.

7. Quantas dobras o mecanismo suporta?
A Samsung certifica 400 mil ciclos, equivalente a dobrar 100 vezes por dia durante 11 anos.

8. Há suporte a DeX sem fio?
Sim, o Z Flip 7 espelha interface DeX em TVs compatíveis ou monitores Miracast com bom desempenho, embora limite multitarefas a 5 janelas simultâneas.

Conclusão

Em síntese, o Samsung Galaxy Z Flip 7 prova que a maturidade dos dobráveis chegou, exibindo:

  • Design refinado, mais leve e resistente
  • Tela externa 120 Hz que realmente substitui o smartphone fechado
  • Autonomia competitiva graças aos 4.300 mAh
  • Câmeras sólidas e modos FlexCam criativos
  • Software rico e promessas de atualização longínquas
  • Porém, performance do Exynos 2500 abaixo do Snapdragon em uso sustentado

Se seu foco é estilo, portabilidade e recursos fotográficos inusitados, o Galaxy Z Flip 7 desponta como o dobrável mais equilibrado de 2024. Já se a prioridade for desempenho bruto em games, vale pesar alternativas com Snapdragon 8 Gen 3. Créditos: Canaltech

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo